"A Realidade Virtual nos deu visão. O Áudio 3D nos deu audição. Mas o mundo digital continuava sendo fantasma: você tentava tocar e sua mão atravessava. A peça que faltava no quebra-cabeça da imersão acabou de chegar. Prepare-se para sentir o ar."
O Problema do "Fantasma Digital"
Tocar é acreditar. O tato é nosso sentido de confirmação da realidade. É por isso que interfaces touchscreens funcionam tão bem (haptic feedback). Mas como você sente algo que está flutuando no ar, longe da tela?
Ultrassom Focado (Mid-Air Haptics)
A tecnologia por trás da holografia tátil parece magia negra, mas é física pura.
Um array (matriz) com centenas de minúsculos alto-falantes de ultrassom dispara ondas sonoras. Essas ondas são inaudíveis para humanos. Elas são focadas com precisão milimétrica para colidir em um ponto exato no ar, bem na ponta do seu dedo.
A pressão do ar criada por essa colisão sonora cria uma força física. Você sente uma textura, uma borda, um botão invisível, ou até a sensação de chuva caindo na palma da mão. Sem luvas. Sem fios. Apenas ar vibrando.
Aplicações: Do Carro à Cirurgia
O Painel de Carro Invisível
A BMW e outras montadoras já testam isso. Em vez de olhar para baixo para achar o botão do ar condicionado na tela touch (perigoso!), você estica a mão e "sente" um botão giratório feito de ar flutuando no espaço. Você ajusta a temperatura sem tirar os olhos da estrada.
Museus e Educação
Imagine um museu onde você pode tocar na textura das escamas de um dinossauro holográfico. Ou estudantes de medicina sentindo a diferença de rigidez entre um tecido saudável e um tumor virtual.
Teletransporte de Toque
A aplicação final é a conexão humana. Em uma videochamada de 2030, você não vai apenas ver e ouvir sua avó. Você vai estender a mão e ela vai poder apertar a sua, sentindo a pressão e o calor (via infravermelho), mesmo estando a 5.000 km de distância. A barreira da tela finalmente cairá.